Naked Por Aí...: Trail

26 de julho de 2018

Trail

Antes de começar a falar sobre as alterações que efectuei no conjunto de suspensões da minha MT-09, vamos partir do princípio, Vamos falar de trail. Não, não confundam o conceito de mota trail (motas off road), com o trail da geometria do quadro.

Como é definido o trail?

O trail é definido como a distância entre o centro da área de contacto do pneu dianteiro (A) e o ponto em que a linha imaginária (D) que passa pelo eixo de direcção e se encontra com o solo.



Como é que  podemos fazer alterações no trail?



  Apesar do trail vir inicialmente calculado especificamente para cada modelo de mota, é possível alterá-lo conforme o estilo de pilotagem ou por opção do piloto . Para isso basta alterar o ângulo de caster (rake), mudando a configuração do offset de eixo da direcção ou o offset do eixo da roda. Estes últimos três estão directamente ligados, o que significa que qualquer alteração, mesmo que ligeira, poderá causar um grande impacto no comportamento da mota.


A alteração do trail irá igualmente alterar a força exercida sobre o trem dianteiro e o CG da mota. Quanto maior for o trail, maior  força haverá sobre ele e vice e versa. Por isso, quem efectuar estas alterações, deverá estar ciente dos resultados e dos riscos.


Como foi dito acima, alterar o trail, tornando-o pequeno ou grande, irá alterar a distância entre o centro da área de contacto do pneu dianteiro e a linha imaginária do eixo de direcção. Isso fará com que a mota fique mais estável em rectas ou mais ágil em curvas. Será preciso encontrar um equilíbrio.


O trail também é alterado conforme a altura, o curso de suspensão e em travagens. Em travagens, a forquilha dianteira comprime-se, trazendo a linha imaginária do eixo de direcção para junto do centro do eixo de roda. Tal comportamento levará a uma diminuição do trail e sucessivamente o comportamento da mota alterar-se-á.
Assim como um SAG mal ajustado.




Trail curto
 
Agilidade


Instabilidade

Observação e conclusão
Como foi mencionado nos prós e contras, a mota com o trail curto ficará mais ágil em alguns tipos e perfis de curvas (curvas de baixas e médias) com uma entrada mais rápida e incisivas, mas repentinas, o que poderá transmitir alguma instabilidade e com isso passar alguma insegurança ao piloto. Aqui se origina o ponto negativo; o deitar deixará de ser suave e natural, será precisa alguma adaptação. A mota também ficará mais instável em rectas e curvas rápidas.O piloto passará a sentir mais facilmente quaisquer oscilações e imperfeições no solo.
Contudo, o trail curto é mais comum em motas nakeds e desportivas, assim como alterações no ângulo de caster. Quanto menor for o ângulo de caster, menor será o trail
Para alguns fins, justificam-se os meios; um ângulo curto de caster poderá ser útil e facilitar a manobra em alguns casos.


Trail longo
Estabilidade


Peso ao manobrar
Pouca agilidade


Observação e conclusão
Quanto maior o trail, maior a estabilidade, a mota ficará estável em rectas e vias rápidas, viagem cruzeiro e em alguns casos, em curvas de alta velocidade e abertas.
No ponto negativo encontra-se a velocidade de manobra que se torna mais difícil. A mota ficará mais estável, quanto maior for o trail, mais estável fica, mas como consequência,a direcção fica pesada, mais lenta e terá mais dificuldade para contornar curvas de baixas e médias velocidades. Mencionando também a desvantagem em manobras em centros urbanos.
Esses pontos negativos, poderão não ser vistos como uma desvantagem, mas sim como uma característica, uma vez que as motas com trail longo destinam-se ao conforto e à estabilidade (exemplo: Cruisers).


Espero que tenham gostado desse breve trabalho, com algumas explicações e informações básicas sobre trail e o que poderá ou não na mota. No próximo post, irei falar sobre as alterações que fiz no offset de eixo da direcção.

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